26 fevereiro, 2012

TOC- Transtorno Obssesivo Compulsivo

Hoje em dia, os transtornos de ansiedade estão entre as doenças mais comuns e vários estudos vêm apontando que estes reduzem, em grande escala, a qualidade de vida dos pacientes. Apesar de apresentarem pontos em comum, afetam de forma diversificada as diversas áreas do cotidiano dos portadores. O transtorno obsessivo-compulsivo (TOC), mais do que qualquer outro transtorno de ansiedade, é caracterizado por curso crônico, com uma grande frequência na variação da intensidade dos sintomas. (Eisen & Rasmussen, 1992, como citado em Niederauer, 2007).

“Geralmente a pessoa realiza uma compulsão para reduzir o sofrimento causado por uma obsessão.”

                  
O transtorno obsessivo-compulsivo (TOC) é caracterizado pela presença de obsessões e compulsões. As obsessões são ideias, pensamentos, imagens ou impulsos repetitivos e persistentes que provocam ansiedade. Compulsões são comportamentos repetitivos ou atos mentais que visam reduzir a ansiedade e afastar as obsessões. Geralmente a pessoa realiza uma compulsão para reduzir o sofrimento causado por uma obsessão. Para se fazer um diagnóstico de TOC é necessário que o nível da sintomatologia interfira no funcionamento social, interpessoal, ocupacional ou acadêmico do indivíduo e que os sintomas ocupem mais de uma hora por dia (DSM-IV, 1995, como citado por Gonzalez, 1999).
A pesquisa de Hollander et al (1996, como citado em   Niederauer,2007) revelou que 70% dos portadores apresentavam problemas nas relações familiares devido ao transtorno e 66% tinham dificuldades para fazer amizades e socializar-se. Observou-se que o TOC prejudicava o funcionamento social e ocupacional em mais de 50% dos indivíduos, sendo que 59% referiram o sofrimento de moderado a grave provocado pelas obsessões no domínio de bem-estar da qualidade de vida e 51% pelas compulsões.  Metade dos portadores tinha ideação suicida e quase 13% já havia cometido pelo menos uma tentativa de suicídio. Outro indicador de prejuízo no bem-estar foi abuso de álcool (18%) e outras drogas (13%)

“O tempo gasto na realização de rituais, o isolamento social e as desavenças familiares também parecem contribuir para o aumento do sofrimento e dos prejuízos na qualidade de vida.”

Em resumo, os indivíduos com TOC possuem muitos medos, são supersticiosos, perfeccionistas e envergonham-se de realizar os rituais, ocasionando brigas frequentes e isolamento, ao passo que portadores de esquizofrenia demonstram embotamento afetivo, falta de empatia e cuidados de higiene, e ainda costumam ser desconfiados, o que acarreta dificuldades de relacionamento e isolamento social. Isso explica por que ambas as doenças causam prejuízos importantes na realização de atividades diárias e nas relações sociais dos portadores, gerando intenso sofrimento. (Niederauer,2007)

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Referências:

Fontanella, B. J. B.(2006). Adolescente com compulsão de assistir TV: relato de caso. Revista de Psiquiatria do      Rio Grande do Sul 28(2), 211-214.

Niederauer, K. G. et al (2007). Qualidade de Vida em indivíduos com transtorno obsessivo-compulsivo: revisão da literatura. Revista Brasileira de Psiquiatria,29 (3), 271-278.

Gonzalez, C.H (1999). Transtorno obsessivo-compulsivo. Revista Brasileira de Psiquiatria, 21 (2), 31-34.

http://www.psiqweb.med.br/site/?area=NO/LerNoticia&idNoticia=79 Estraído em 25/11/2011.